sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A revolução pelo teatro

Dentre as oficinas oferecidas no I Encontro Nacional do "Escravo nem Pensar", a do teatro do Oprimido contou com a participação de 21 pessoas. A oficina foi ministrada pelo professor Armindo Rodrigues Pinto, que trabalha com teatro do Oprimido há doze anos.

"Peguei isso como ideologia visando a revolução do menino de rua e da favela, que as vezes pensava em ser um balconista, e através do teatro do Oprimido chegar a ser um professor de teatro”, disse Armindo.

Ele afirma que o teatro do Oprimido é a sistematização do povo brasileiro, idealizado por Augusto Boal, pois o mesmo acreditava que qualquer um poderia fazer teatro, ele tinha um sonho de que o teatro alcançasse a todos principalmente as periferias, acreditando que o teatro poderia transformar as pessoas.

Armindo afirma que, Boal recebeu vários prêmios, inclusive pela a UNESCO, também foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, mas inúmeros brasileiros não ficaram sabendo.

Armindo diz que o teatro do Oprimido não escolhe, acolhe, debatendo com a sociedade pois o teatro ajuda a alfabetizar, ensina a ter gosto de escrever, ou seja, a escola não ensina nem a ler nem a escrever muito menos pensar.

E o teatro do Oprimido leva a reflexão, leva a criança a vida lúdica, muitas vezes trazendo a criança de volta a escola, pois se falo de racismo eu preciso conhecer sobre a vida dos negros e o teatro faz isso ele busca os excluídos.

Para ensinar teatro o professor precisa ter licenciatura em artes, o professor não tem formação, o professor não conhece teatro, o professor não vai ao teatro, ele não tem dinheiro para ir ao teatro, e a escola pública não interessa por teatro, quer deixar as crianças do jeito que ela é sem formação.

Hoje a escola é vista como cadeiões pois a nossa sociedade virou um cadeião, pois vê o aluno incapaz de pensar, vivemos uma guerra civil, alunos brincam com pipas com cerol dentro da escola e diretores dizem que escola é da família.

Segundo o participante Amilton, professor de dança, a oficina esta sendo proveitosa e que no momento vem a calhar para a interação de seus alunos.

*Este texto foi escrito durante a Oficina de Comunicação por Dione Alves da Silva, de Xambioá (TO); Maria José Coelho, de Confresa (MT); Evandro Rodrigues dos Anjos, de Araguaina (TO); e Edílson Sampaio Irene, de União (PI).

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